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sábado, 20 de agosto de 2011

Material educativo - alfabetização‏








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Déficit de atenção e treinamento cerebral

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 PSICOLOGA - MANAUS - AMAZONAS

 
Em várias regiões do mundo estimam que o déficit de atenção esteja presente em cerca de 3% a 5% das crianças. E em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos.

O tratamento geralmente indicado baseia-se em medicamentos e psicoterapia. Porém, se nossa atenção pode ser melhorada através de exercícios, será que esses mesmos exercícios também podem auxiliar no tratamento do déficit de atenção? Pesquisas ao redor do mundo indicam que sim, mas a questão não é tão simples assim.

Primeiro é importante entendermos melhor esse transtorno que, apesar de ser chamado de déficit de atenção, pode ser mais bem definido como um problema no controle intencional da atenção ao invés de um déficit puro na habilidade de prestar atenção. Essa distinção, fundamentada por um corpo crescente de evidências neurocientíficas, é muito importante para a compreensão desse distúrbio tão impactante na sociedade.

Pais de crianças com TDAH, por exemplo, podem achar difícil de aceitar que uma criança que consegue passar horas absorta num videogame tenha um problema de atenção. Professores podem ficar confusos com um estudante que é totalmente dedicado à aula de música, mas é distraído ou disperso em outras aulas.

A Dra. Martha Denckla da Johns Hopkins University, nos EUA, explica que o problema está mais associado a como a atenção é alocada, pois alocar a atenção de forma apropriada para o sucesso escolar requer um grau de auto-controle para deixar de lado uma atividade preferida e focar numa atividade que pode não ser tão interessante ou recompensadora naquele momento.

De acordo com à professora Simone Helen Drumond, ainda não existe um consenso na comunidade científica sobre o que realmente pode estar acontecendo de errado nos cérebros dos indivíduos com TDAH. Existem várias teorias tentando explicar o transtorno: uma falha na inibição de reações, um problema com a memória de trabalho, a forma como a informação é processada no tempo, ou até padrões conflitantes de atividade neural. Cada uma dessas teorias oferece pistas intrigantes, mas ainda não respondem todas as questões.

No livro ADHD and the Nature of Self-Control, escrito pelo Dr. Russel Barkley, ele defende que os tratamentos mais efetivos são os baseados em medicação e em estratégias comportamentais, pois o TDAH trata-se mais de um problema de conseguir fazer o que se sabe do que de saber o que fazer. Essas estratégias compreendem desenvolver métodos para os alunos com TDAH serem lembrados constantemente das regras da sala de aula, por exemplo, ou de quebrar objetivos de longo prazo em vários objetivos de curto prazo, associados a recompensas.

Segundo o Dr. David Rabiner, da americana Duke University, esse tipo de abordagem ao tratamento representa mais um gerenciamento dos sintomas do que uma cura e, consequentemente, quando se para com o medicamento e com as estratégias, os sintomas tendem a retornar. Por isso, o tratamento é de longo prazo e os sintomas melhoram à medida que o sistema de auto-controle do cérebro amadurece e o indivíduo aprende a aplicar essas estratégias ao longo da vida.

Porém ele argumenta que, considerando que o cérebro possui plasticidade, ainda mais durante a infância, seria possível que crianças com TDAH tivessem resultados mais duradouros fazendo exercícios cognitivos. Esse raciocínio está embasado em estudos recentes que fornecem evidências animadoras.

Por exemplo, pesquisas recentes demonstraram que um treinamento computadorizado para memória de trabalho diminuiu os sintomas de TDAH e que esse benefício persistiu além da duração do treino em si. Também existe uma série de estudos em neurofeedback, um tipo de tratamento que tenta ensinar os indivíduos a alterar e controlar aspectos básicos do funcionamento cerebral, em que mudanças duradouras também foram relatadas.

Um desses estudos com treinamento computadorizado foi muito comentado pela mídia em 2005, sendo liderado pelo Dr. Torkel Klingberg, do Instituto Karolinska, na Suécia. O estudo consistia em avaliar a eficácia de um treinamento para a memória de trabalho num grupo de 53 crianças com TDAH e idades entre 7 e 12 anos, sem medicação estimulante. As crianças foram avaliadas antes do treinamento, logo após as 5 semanas de treinamento e, novamente, 3 meses depois.

Os resultados mostraram efeitos positivos no raciocínio complexo, na inibição de reações e na redução nos sintomas de TDAH verificados pelos pais. E muitos desses efeitos permaneceram mesmo 3 meses após o treinamento. Devido a esses resultados promissores, outros estudos foram realizados e essa linha de pesquisa continua crescendo.

O campo do treinamento cerebral computadorizado para ajudar nos casos de TDAH ainda é muito recente, mas já possui muitas evidências animadoras e não há contra-indicação. Portanto, se você possui déficit de atenção, experimente exercitar sua memória de trabalho e sua atenção através de desafios variados, como os oferecidos pelo Cérebro Melhor, e veja como isso funciona para você.