Que lugar a religiosidade ocupa em tua vida? Nota bem, falo em religiosidade e não em religião. Refiro-me à tua ligação direta com Deus, sem intermediários. Refiro-me à forma como vives aqui na Terra, se o fazes visando as coisas do céu. E, se o fazes, significa que todos os teus atos presentes são fruto de uma esperança que tens no futuro, onde antevês gozos supremos?
Na verdade, amigo, a tua religiosidade não deve estar atrelada a nada que não seja a tua necessidade dela. Uma necessidade que nasce de um desejo profundo de reencontrar-te contigo mesmo.
Ser religioso não significa cumprir certos ritos, seguir certos conselhos ou fazer aquilo que se espera de nós. Ser religioso é conectar-se com a melhor porção de todas as coisas. Em tudo o que fizeres podes encontrar a tua essência. Pois, se estiveres inteiro, realizando a tua tarefa, seja ela qual for, a tua energia fundir-se-á com a do objeto ou do ato que praticas. E a expressão da tua alma estará ali. Alguma pessoa que te observe, perceberá este cunho na tua obra. E isso, nele despertará um sentimento de reverência que ele carregará consigo. Como uma onda, esta energia se propagará. Deste modo, qualquer ato teu pode transformar o mundo. O teu mundo interior tornar-se-á rico e enriquecerá a tudo que tocares e com quem conviveres.
Parece-te utopia? Parece-te algo inatingível? E como pensas que as coisas acontecem no mundo para que ele esteja exatamente como é? Tudo é energia. Nós somos energia.
Então, é exatamente deste modo que criamos o ambiente em que vivemos. Um operário que fabrica uma parte de uma peça, o faz parcialmente. Ele não vê o produto final do qual participa. Isso produz nele uma sensação de que está incompleto. E não é assim conosco?
Por isso, amigo, entrega-te. Entrega-te ao teu dia-a-dia, com alegria.
Vê em cada ação tua, uma oportunidade de colocar a tua marca no mundo.
Deixa que brilhe no teu olhar a essência da tua alma. E olha para frente, sem medo.
Reverencia a vida em cada ato teu.
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