Ouvir dos outros: "Você tá é com preguiça" ou "Como assim? Nem parece que é doente! Você está com preguiça? Olha, ela é PCD, mas onde?"
Querer sair de salto, mas acabar indo de tênis ou rasteirinha porque não aguenta ficar mais de 5 minutos de pé em cima de um salto.
Passar dias dormindo, sedado por remédios para dor, sem ver a vida passar — e acordar novamente com dor, com tudo o que ficou para trás te esperando nos dias de dormideira... ou passar noites e noites sem conseguir dormir.
Acompanhar alguém em uma atividade interessante e acabar ficando só observando.
Deixar de fazer coisas que amava.
Perder eventos esperados por tanto tempo porque a dor e a fadiga extrema não permitiram.
Passar noites acordado com dores e, no dia seguinte, sorrir como se nada tivesse acontecido.
Lidar com distúrbios do sono e crises de ansiedade.
Ter dificuldades de concentração e memória, se perder nas conversas, não entender o que lê ou se confundir no meio de um cálculo simples.
Sentir as dores se intensificarem quando está triste, alegre ou após uma discussão — e ainda ter que ouvir que é drama ou exagero.
Conviver com dores de cabeça constantes, tonturas e náuseas... ter visão turva, olhos ressecados, intolerância à luz, a cheiros fortes e a sons intensos.
Sentir medo de perder quem ama por não conseguir corresponder às expectativas.
Saber quando vai chover ou esfriar só pelo corpo.
Magoar, sem querer, pessoas queridas que não compreendem suas limitações.
Guardar sonhos na gaveta ou ter que mudar a forma de sonhar.
Recomeçar todas as manhãs, mesmo sem saber como será o dia.
Por isso, perdoem minha ausência. Gostaria de rever muitas pessoas, fazer muitas coisas que fazia... Mas nem sempre consigo.
E ainda assim, é sentir tudo isso e continuar acreditando na felicidade (e ser feliz), porque a felicidade, apesar de tudo, é uma escolha — e a gente aprende a encontrá-la nos pequenos milagres do dia a dia.
Sim, eu tenho fibromialgia e sou PCD.
✏️Pense nisso!
✏️Simone Helen Drumond Ischkanian
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