sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Professor Diante Das Novas Instituições Familiares


Texto de Simone Helen Drumond de Carvalho


Segundo Prado (1982, p.7) “família no sentido popular e nos dicionários, significa pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos”. Esse é o modelo nuclear de família conjugal já apresentada por volta do século XVII, modelo esse que tinha como pai o responsável pela obrigação de garantir o sustento e a mãe de cuidar e educar os filhos.

Com a mudança na realidade social e o crescimento da população, apresentaram-se outros modelos de família. E a mulher, que antes cuidava apenas dos filhos, hoje exerce papel igual ou superior ao de seu marido. Hoje elas são livres e sustentam seus filhos. Conquistaram o seu espaço na sociedade, adquirindo liberdade e autonomia, trabalham muito e nem sempre podem estar presentes nas reuniões ou eventos realizados pela escola.

Há algum tempo atrás, muitos casamentos eram realizados pelas famílias, os noivos geralmente se conheciam no dia da união. Ou o pai como chefe da família apresentava o futuro noivo de sua filha sem se quer perguntar se ela gostaria de se unir a ele, com o noivo não era diferente.

Hoje o mundo mudou os pais não escolhem mais o casamento dos filhos, mas ainda existem famílias que são heranças do passado, indivíduos machistas e pais que não aceitam o divórcio. Com tudo isso, as escolas tiveram que se adaptar ao novo modelo de instituição familiar, e as histórias dessas mães, pais, avós, tias e irmãos são surpreendentes.

Prado (1982, p. 8) ainda diz que “apesar de todos os seus momentos de crise e evolução, as famílias manifestam até hoje uma grande capacidade de sobrevivência e também de adaptação”. Essa adaptação vem sendo presenciada por toda a sociedade e principalmente pela escola, já que e ela que irá receber os filhos dessa nova família, e o professor por sua vez terá de se adaptar da melhor maneira possível para que consiga exercer o seu papel na vida dessa criança.

Infelizmente algumas vezes o professor não sabe a quem recorrer na hora de chamar algum responsável por seu aluno, este que por sua vez não tem mãe ou pai, ou tem apenas um dos dois ou vive com padrasto, madrasta ou com avós.

Na realidade existem vários modelos de instituições familiares e geralmente essas crianças acabam por viver com algum parente de sangue. A natureza dessa problemática e que são vários fatores que levaram essa família a se desintegrar, questões sociais e de sentimentos são os elementos chave para essa separação.

O importante é que essa criança tenha alguém como espelho, que sirva como modelo de boa conduta e caráter, sendo que o professor pode e deve ajudar quando se deparar com situações parecidas.

Nessa visão o professor deve procurar conhecer melhor a família de seus alunos, principalmente daqueles alunos que apresentam o maior grau de dificuldade e de indisciplina. Conhecendo a estrutura familiar dos alunos fica mais fácil de lidar com certas situações presenciadas por ele e pela escola dentro do ambiente escolar.

O educador juntamente com a escola pode trabalhar em conjunto com o objetivo de resgatar esses pais ou responsáveis por essa criança, melhorando sua auto-estima e motivando os a buscar melhores condições para o educando.

O objetivo do educador é desenvolver um trabalho transformador, educar para um mundo melhor, não apenas melhorar o comportamento do aluno. Procurando conhecer o ambiente e as pessoas que convivem com seus alunos, seus valores, projetos e desejos, poderá exercer sua função com sucesso.

Aranha (1996, p.153) diz que “o professor é um profissional e como tal, além de uma boa formação, deve buscar garantir condições mínimas para um exercer um bom trabalho”. Quando ressaltamos em buscar condições mínimas para um bom trabalho, estamos falando também de uma busca constante em melhorar a qualidade e o desempenho de seu aluno através do contato com pais.

Da família vêem a formação básica sólida para o individuo, ela é responsável pelas primeiras vivências afetivas, éticas, culturais, e esse indivíduo será o fruto dessa formação. Uma família em crise emocional e econômica pode gerar e transformar uma criança em um ser sem limites, inseguro e angustiado.

O educador entrando em contato direto com essa família pode-se aplicar um trabalho pedagógico informal, buscando transmitir para ela a capacidade de melhorar a sua visão de mundo. Desse modo, o educador pode ajudar seu aluno que está com dificuldade de aprendizagem e conduta a descobrir um novo caminho a ser seguido juntamente com sua família.

Referências
 
PRADO, Danda. O que é família?. São Paulo: Brasiliense. 2. ed, 1982.
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna 1996.

Nenhum comentário:

Postar um comentário