Maria Auxiliadora Feitosa
Simone Helen Drumond de Carvalho
Em todas as esferas da vida do individuo a educação está presente. Ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. A educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a sua força.
Em todos os lugares e no ensino de todos os saberes a educação é atuante. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria.
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam e aprendem, o saber atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às vezes a ocultar, às vezes a inculcar – de geração a geração, a necessidade da existência de sua ordem.
O ponto fraco da educação formal e informal está nos seus agentes, pois, com consciência ou não, reproduzem ideologias que atendem a grupos isolados da sociedade. A educação reflete a sociedade em que ocorre, em sociedades tribais ela é comunitária e igualitária, já em nossa sociedade capitalista, é específica, isolada e desigual, trazendo conseqüências sérias para a população.
A gênese da Educação encontra-se na necessidade de dar respostas ao fracasso das promessas da tecnologia. Nos efeitos acumulativos do avanço das ciências, nos resultados das teorias psicopedagógicas e nos postulados filosóficos das correntes existencialistas, não apareceu o ser humano em sua integridade. Assim, a educação permanente é uma necessidade vital para todos, pois tem como objetivo reafirmar a primazia da pessoa humana, humanizar a tecnologia, desalienar o ser humano pluridimensional e autônomo.
A educação, como processo contínuo na vida humana, é um sistema e método eficaz para ensinar o ser humano a pensar em termos de humanidade, e sobretudo, descobrir-se como "pessoa". E evidente que a educação facilita a realização completa da pessoa, incita cada indivíduo a assumir os seus deveres e a executar exaustivamente as tarefas de cidadão, membro de uma família dotado de aspirações pessoais e sensibilidade artística, libertando-se e enquadrando-se nos dinamismos de uma ética social e profissional. Neste contexto temos de observar que a educação como ato permanente, deve residir na projeção do "saber-ser", e não radicalmente do "saber-fazer", o que implica numa evolução contínua de si próprio e numa mudança pessoal, quando necessário. Esta mudança levará não somente à modificação das relações do indivíduo consigo mesmo e com o meio. Para isto é necessário empenhar-se na obra de tomada de consciência individual e coletiva, pois a educação, neste sentido, defende a realização total do ser humano e sua ampla participação em todas as áreas e setores em que esteja envolvido.
Cabal a educação humana não é algo que fica limitado a etapas ou períodos. Ela estende-se pela vida toda. É uma dinâmica de aperfeiçoamento do ser humano como tal e total. É dentro desta dinâmica que podem existir períodos mais ou menos intensos, com etapas mais acentuadas ou não.
É importante frisar a educação mantém viva a consciência da intencionalidade e finalidade dos seres humanos, sendo por isso de suma importância que renovemos continuamente essa consciência e procuremos aprofundar o sentido de nossas vidas, especialmente revisando e atualizando, continuamente, o seu quadro enquanto um ser em contínuo processo de mudanças e transformações. A educação do ser humano vai se desenvolvendo continuamente e de maneiras diversas. Como exemplo disso poderíamos enumerar uma educação que se manifesta mais sistematicamente, ou até mesmo institucional; por outro lado, a permanente atualização dos valores humanos, conhecimentos e atitudes, seja do ponto de vista intelectual, social, moral, estético e espiritual.
O importante em tudo isso, é que o ser humano sempre busque renovar sua capacidade de analisar seu objetivo e destino, procurando adquirir meio e atitudes convenientes e necessárias para a manutenção adequada dos rumos de sua própria vida e existência.
O ensino formal é o momento em que a educação se sujeita à pedagogia (a teoria da educação), cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui executores especializados. É quando aparecem a escola, o aluno e o professor.
Em todos os cantos do mundo, primeiro a educação existe como um inventário amplo de relações interpessoais diretas no âmbito familiar, todo o saber que se transfere pela educação circula através de trocas interpessoais, de relação física e simbolicalicamente afetiva entre pessoas.
Ora, outra maneira de se compreender o que a educação é, ou poderia ser, procurar ver o que dizem sobre ela pessoas como legisladores, pedagogo, professores, estudantes e outros sujeitos um tanto mais tradicionalmente difíceis de entender, como filósofos e cientistas sociais.
Ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens para adaptá-las a vida social; trabalho sistematizado, seletivo, orientador, pelo qual nos ajustamos à vida, de acordo com as necessidades ideais e propósitos dominantes; ato ou efeito de educar; aperfeiçoamento integral de desumanas, polidez e cortesia.
Ao pretender estabelecer os fins da educação no país, nossos legisladores, pelo menos em teoria, falam sobre o que deve determinar e controlar o trabalho pedagógico em todos os seus graus e modalidade. De certo modo falam a respeito de uma educação idealizada, ou falam da educação através de uma ideologia. Mas, do outro lado do palco, intelectuais, educadores e estudantes fazem e refazem todos os dias a crítica da prática da educação. Eles levantam questões e afirmam que, do ministério á escolinha, a educação nega no cotidiano o que afirma na lei.
DRUMOND, Simone Helen Drumond, O que é Educação. 2010. http://simonehelendrumond.blogspot.com
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