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terça-feira, 27 de novembro de 2018

O LÚDICO: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA/ TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO


Simone Helen Drumond Ischkanian[1]
Projeto: Autismo e Educação – Método de Portfólios Educacionais
http://autismosimonehelendrumond.blogspot.com
As atividades com jogos, brinquedos e brincadeiras lúdicas no cotidiano da criança com Transtorno do Espectro Autista é muito importante devido à influência que os mesmos exercem frente às motivações das crianças TEA/TGD, quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de desenvolvimento de habilidades, voltadas para o ensino e aprendizagem. O foco do Projeto: Autismo e Educação – Método de Portfólios Educacionais é demonstrar a inserção do lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras e revelar que em qualquer contexto voltado para aprendizagem das crianças TEA/TGD é uma proposta educacional prática de vivência transformadora que pode ser mediada eficazmente, dentro dos lares, das escolas, clínicas e demais espaços educacionais.
O lúdico na construção do processo de aprendizagem da criança com TEA/TGD é o exercício do aprender, através do desenvolvimento de atividades com brincadeiras, jogos e brinquedos, a partir dos aspectos experimentais contidos no DCNEI. O desenvolvimento de habilidades da criança com TEA/TGD e seu conseqüente aprendizado por meio do lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem, ocorrem quando ela participa ativamente de sua aprendizagem. É de extrema importância que os pais, educadores e terapeutas proponham desafios e incentivem a participação da criança nas atividades.
 Na escola a intervenção dos educadores é um fator primordial no processo do ensino e aprendizagem, além da interação social das crianças com TEA/TGD. O lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem são aspectos indispensáveis para o desenvolvimento do conhecimento da criança com TEA/TGD e os educadores são mediadores fundamentais nesse processo. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23): Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
No Projeto: Autismo e Educação, por meio das atividades propostas no método de Portfólios Educacionais para crianças com Transtorno do Espectro Autista, educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ganha destaque, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda a compreender e desenvolver as habilidades da criança com TEA/TGD. Como podemos perceber os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Os significados dos jogos e das brincadeiras para a formação humana permitem o desenvolvimento e a aprendizagem da criança com TEA/TGD. “A introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano da criança com TEA/TGD é muito importante devido à influência que os mesmos exercem frente às mesmas, pois quando elas estão envolvidas emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino-aprendizagem. O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve ser encarado de forma séria, competente e responsável. Os jogos, as brincadeiras e os brinquedos, quando usado de maneira correta, poderão oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagem em múltiplos aspectos. ISCHKANIAN, (2013, p.05)”.
A formação humana, o desenvolvimento e a aprendizagem da criança com TEA/TGD, se tornam relevantes, a partir do momento em que os jogos e as brincadeiras vão surgindo gradativamente na vida da criança. Desde os mais funcionais até os de regra, os jogos e as brincadeiras proporcionam experiências, possibilitando a conquista e a formação da identidade infantil. Em casa, na escola, nas clínicas e nos espaços educacionais, educar uma criança com o TEA/TGD não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas mediar os saberes necessários, para que a criança com TEA/TGD possa obter consciência de si e do seu entorno. Educar também é oferecer diversas possibilidades para que a criança com TEA/TGD possa escolher caminhos compatíveis com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.
Para uma aprendizagem eficaz é preciso que a criança com TEA/TGD construa o conhecimento e assimile os conteúdos, neste sentido, o método de portfólios do Projeto: Autismo e Educação de Simone Helen Drumond Ischkanian, que para cada atividade, uma caminhada de progressão pessoal revela o desenvolvimento de habilidades. O lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem da criança com TEA/TGD, é uma perspectiva educacional excelente. Os brinquedos, as brincadeiras e os jogos, são recursos para facilitar a aprendizagem, essa perspectiva deve ser mediada de maneira lúdica, para a criança com TEA/TGD. Adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento de suas habilidades, já que ela se modifica de ato puramente transmissor ao ato transformador, em ludicidade, denotando-se, portanto em jogos e brincadeiras.
Por meio do universo lúdico, a criança com TEA/TGD começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e da sua forma, discordar de opiniões, exercendo sua liderança, sendo liderados e compartilhando sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivações, a criança com TEA/TGD acaba evitando expressar seus pensamentos e sentimentos, e realizar qualquer outra atitude com a incerteza de uma educação fincada em objetivos abstratos, ninguém desenvolve habilidades coesas.
Como educadora especialista nas perspectivas educacionais para inclusão, exponho que é possível, qualquer pai, mãe, educador ou profissional, constatar que por meio de uma holística embasada na pedagogia do amor e das fundamentações teóricas voltadas para inclusão e das técnicas e metodologias para o TEA/TGD, que a criança com TEA/TGD brinca daquilo que vive. Ela extrai sua imaginação lúdica de seu dia-a-dia, portanto, as crianças com TEA/TGD, que tem a oportunidade de brincar e jogar, estão mais dispostas para obter melhores resultados no desenvolvimento de suas habilidades.  A ação do “jogar e do brincar” leva a criança com TEA/TGD a experimentar, descobrir, inventar, aprender e desenvolver o pensamento e a concentração, além da satisfação de brincar com objetos criados especialmente para elas. “Só brincando é que ela vai começar a perceber o objeto não da maneira que ele é, mas como desejaria que fosse. BOMTEMPO, (2000, pg.61)”. O lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem da criança com o TEA/TGD são tão importantes quanto à alimentação, higiene e saúde, que são vitais para o desenvolvimento do ser humano, pois estes constroem a base, que auxiliará o desenvolvimento de habilidades para projeção de perspectivas educacionais. 














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