O VERDADEIRO BAIXO-ASTRAL
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Para a ACT (TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO), não importa se um pensamento é falso ou verdadeiro. O mais relevante é a sua utilidade. Verdadeiros ou não, pensamentos não passam de palavras. Se forem úteis, merecem sua atenção. Não sendo, por que se preocupar?
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Suponhamos que eu cometa alguns erros graves no trabalho e minha mente me acuse: “Você é incompetente”.
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Este pensamento não me ajuda em nada, não é útil; não mostra o que posso fazer para melhorar a situação. Ele só humilha. Derrubar-me não dá nenhum resultado. Em vez disso, o que preciso fazer é agir: aprimorar minhas habilidades ou pedir ajuda. Suponhamos, ainda, que estou acima do peso e ouça da minha mente: "Você é um monte de banha! Olha só essa barriga — que nojo!" Este pensamento não é útil; ele só acusa, deprecia e humilha.
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Não me incentiva a comer com sensatez ou a me exercitar; só faz com que eu me sinta péssimo. Podemos perder um monte de tempo tentando decidir se nossos pensamentos são mesmo verdadeiros, e nossa mente repetidas vezes tentará nos puxar para esse debate. Entretanto, embora às vezes isso possa ser importante, na maior parte do tempo é irrelevante e desperdiça muita energia.
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Uma abordagem mais útil é perguntar: Este pensamento é útil? Ele me ajuda a tomar atitudes no sentido de alcançar a vida que desejo? Se ele for útil, preste atenção nele. Caso contrário, procure desfundi-lo. Vocês poderia perguntar: "Mas e se o pensamento negativo for útil? E se a afirmação de que estou gordo me estimular a perder peso?" É justo.
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Se determinado pensamento negativo realmente motiva você de verdade, então não deixe de utilizá-lo. No entanto, quase sempre autocríticas como essa não motivam ações eficazes. Em geral, esses pensamentos (se nos fundimos com eles) só trazem culpa, estresse, depressão, frustração ou ansiedade. É comum que pessoas com problemas de peso reajam a emoções desagradáveis comendo ainda mais, na vã tentativa de se sentir melhor. Na ACT, enfatizamos muito ações eficazes para melhorar a qualidade de vida. Nos próximos capítulos iremos dar uma olhada em como fazê-lo. Por ora, basta dizer que pensamentos críticos, insultos, julgamentos, autodepreciação ou culpa tendem a diminuir sua motivação, não a aumentá-la. Portanto, quando pensamentos perturbadores pipocarem, talvez seja útil você fazer uma ou mais das perguntas abaixo:
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• É um pensamento antigo? Já o ouvi antes? Vou obter algo útil se ouvi-lo novamente?
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• O pensamento me ajuda a agir de modo eficaz para melhorar minha vida?
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• O que eu ganharia "embarcando" nele? A essa altura, você deverá estar se perguntando sobre como distinguir se um pensamento é útil ou não. Se não estiver seguro, pode se perguntar:
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• Ele me ajuda a ser a pessoa que quero ser?
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• Ele me ajuda a construir o tipo de relacionamentos que gostaria de ter?
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• Ele me ajuda a estar ligado àquilo que realmente valorizo?
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• Ele me ajuda, a longo prazo, a ter uma vida mais rica, plena e significativa? Caso a resposta a quaisquer dessas perguntas seja "sim", então o pensamento provavelmente é útil. Caso contrário, provavelmente é inútil.
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