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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Atraindo os Pais Para a Escola


                                                                                         Texto de Simone Helen Drumond de Carvalho

Segundo Spoden e Saracho (1998, p. 167) as relações entre as escolas e os pais são variadas assim como o tipo de escolas existentes e as comunidades que elas atendem. Dessa maneira o envolvimento dos pais com a instituição escolar deve ser visto amplamente, como uma gama de alternativas onde a escola e a família podem analisar e descobrir a mais adequada e necessária.

A participação dos pais denota um processo através do qual eles são postos em contato com a equipe responsável por atender os pais com o propósito de fazer intervenções pedagógicas e atividades que envolvam as crianças para facilitar o desenvolvimento do educando. A troca e compartilhamento de informações são meios que podem ser usados para a aproximação entre os pais e a equipe para a construção de laços de camaradagem e conhecimento mútuo. Spoden e Saracho (1998, p.167.) afirmam que o envolvimento dos pais na educação das crianças tem uma justificativa pedagógica e moral, legal. Quando os pais iniciam uma parceria com a escola, o trabalho com as crianças pode ir além da sala de aula, e a aprendizagem na escola e em casa possa se complementar mutuamente.

A interação entre pais e educadores torna-se positivo ao desenvolvimento cognitivo, social, moral dessa criança. O apoio emocional, social e pessoal poderá construir um sistema de cooperação entre a família, equipe escolar e aluno criando uma rede de apoio a qual os pais podem recorrer quando necessitarem de estímulo, motivação, compreensão e principalmente orientação.

Quando as duas instituições reconhecem que ambas são de suma importância para a realização do trabalho pedagógico, tudo caminha melhor, aprendizagem acontece sem traumas. A direção escolar pode criar um meio para os pais e a equipe trabalharem de mãos dadas em direção às mesmas metas.

Sabemos que há uma confusão de papéis com relação às obrigações da escola e da família, culpa da vida profissional atribulada pelos pais que estão distantes e muitas vezes cobrando por resultados que a escola não pode oferecer sozinha. Por outro lado há uma falta de comunicação e habilidade por parte da escola e do professor em promover essa integração.

Outro problema e que muitas instituições não informam os pais sobre o trabalho realizado por ela, sua proposta pedagógica, isso dificulta muito para que os mesmos passem a valorizar o objetivo da escola.

Há também problemas com a clientela da escola onde a criança está inserida, a maioria em comunidades carentes com baixo nível cultural e social devido às condições subumanas que vivem. Conflitos são características das relações entre as escolas e a famílias de comunidades carentes, por serem compostas por pessoas que freqüentaram por pouco tempo a escola ou nunca foram. Estes conflitos são vistos como uma resposta à escola enquanto veículo de opressão ou como uma expressão de liberdade e interação. As escolas devem procurar maneiras de transcender os conflitos existentes ou usá-los como forma para beneficiar as crianças.

Esse é um dos fatores que mais contribuem para o baixo rendimento escolar e social do aluno, pois geralmente essas famílias não tiveram oportunidade de vivenciar e se integrar dentro de uma escola. Dessa maneira, essas famílias não valorizam a educação como realmente deveriam e não procuram a escola nas reuniões para saber do rendimento dos filhos.

A interação entre a família e a escola não deveria de forma alguma ser reduzida apenas a reuniões formais bimestrais ou contatos rápidos no decorrer da semana ou do mês. Ocorrendo regularmente em momentos simultâneos nos qual a família pudesse realmente participar do cotidiano da escola, sem que ela se intrometa nos assuntos que não fazem parte de seu envolvimento.



(BASSEADAS 1999, p 283) Escola e Família, ambas as partes ajudam nas funções educativas e buscam a socialização, promoção das capacidades cognitivas, motoras, equilíbrio pessoal, relação interpessoal e inserção social. Compartilham do bem estar físico e psíquico, não perdendo de vista que ambos têm a responsabilidade de apoiar o que é feito no outro contexto e favorecer desenvolvimento da criança.

É imprescindível que os pais estejam sempre em contato com a vivência escolar dos seus filhos, essa integração dente a enriquecer e facilitar e desempenho da criança não só na escola, mas também na sociedade. Uma alternativa que pode ser adotada pelo professor em contato direto com os pais é de investigar e conhecer como é o seu comportamento em casa para melhorar seu desempenho em sala de aula. São várias as maneiras que a escola pode encontrar para conscientizar os pais sobre a importância da sua participação no ambiente educativo.

Uma sugestão da presente pesquisa é de que a escola promovesse pelo menos uma vez a cada dois meses uma reunião não formal com o objetivo de resgatar esses pais, principalmente os que nunca participam de nenhuma reunião da escola. Desse modo, os professes capacitados para tratar do assunto falaria de uma forma clara e aberta a esses pais, uma maneira de conscientizar os mesmo sobre o problema. Ficando claro de que cada instituição tem o seu papel, a família a mais importante e a escola complementa com os conteúdos formais da grade curricular.

Essa parceria consiste em família e escola caminharem juntas sendo que cada uma das partes deve ser preservada em suas próprias características. Por tanto, para que fique clara a importância da família no convívio escolar dos filhos, o Ministério da Educação criou no ano de 2001 “O Dia Nacional da Família na Escola”, fundado com a intenção de conscientizar pais, educadores e a sociedade em geral sobre a importância da união entre as duas instituições.

A família desempenha um papel importante na formação do indivíduo, pois permite e possibilita a constituição de sua essencialidade. É nela que o homem concebe suas raízes e torna-se um ser capaz de elaboração alargador de competências próprias. A escola tem um grande papel e potencial para reunir pessoas. Tal participação pode fazer a diferença e transformar de fato o aluno na prioridade da escola.

Acreditamos que reunir pessoas dentro de fora da escola, para conversar sobre a tarefa educativa, é saudável e traz novas idéias para o grupo. Isto nem sempre é fácil se o trabalho em equipe e a discussão conjunta não são habituais na escola, mas é preciso fazê-la.

Referências
 
BASSEADAS, Eulália; Et al. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto alegre: Artes Médicas, 1999.
 
SPODEN, Bernard; SARACHO, Olívia N. Ensinando crianças de 3 a 8 anos. Porto Alegre: Artmed, 1998.
 

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