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Ao escrever este artigo, tenho por objetivo primeiro relacionar o movimento de Inclusão Social com a Inclusão de Alunos com Deficiência na Escola, através de critérios e condições especificas, assim como, através de criticas e sugestões que as envolvem.
Para inicio é oportuno destacar que o Movimento de Inclusão é relativamente jovem em comparação a existência de Pessoas com Deficiência em nosso país. Pessoas com Deficiência sempre existiram, mas com o advento de nossa Democracia, de nossa razão - critica e com o surgimento de trabalhos educacionais direcionados a esta área, os Deficientes começaram a sair de suas casas, de onde estavam e permaneciam por toda vida, distantes dos olhos e dos corações da sociedade. Este aparecimento trouxe consigo necessidades a serem satisfeitas. Necessidades não satisfeitas geram o que chamamos de exclusões, tanto sociais quanto educacionais. As necessidades das Pessoas com Deficiência para serem satisfeitas são necessários mecanismos de adaptação altamente particulares a cada pessoa em suas particularidades únicas.
INCLUSÃO: Necessidades e Interesses
Muitas pessoas de nossa sociedade destacam que a inclusão significa fazer parte de algo. Consideramos importante destacar que a inclusão também se caracteriza por interesses de cada pessoa. Não basta apenas e não é este o significado de estar presente ou de fazer parte, mas sim, fazer parte de algo e concorrer e usufruir os benefícios que o todo possui. As Pessoas com Deficiência são de certa forma excluída duplamente: por não fazerem parte e por não concorrerem aos benefícios. É no teor dos benefícios que se encontra a exclusão e a inclusão das Pessoas com Deficiência na realidade. Acreditamos que as Pessoas com Deficiência não necessitam e não dão muita importância ao fazer parte de, mas sim à exclusão que sofrem na conquista dos benefícios, destacados pelos interesses de cada um. Interesses que todos da sociedade possuem. Interesses que nos movimentam na busca dos benefícios e destes para a satisfação de nossas necessidades de várias ordens. Um exemplo disso seria a questão educacional para as Pessoas com Deficiência. Se a educação não for amplamente adaptada para recebe-los, e satisfizer neste contexto suas necessidades, por conseqüência, estas Pessoas não irão aprender, assim, não terão aptidões específicas para concorrer numa escala de valores com as outras pessoas no usufruto dos benefícios sociais, ruindo a satisfação de suas necessidades com autonomia.
INTEGRAÇÃO vs INCLUSÃO
Em muitas de nossas atuações, percebemos que a sociedade, como também professores e as próprias Pessoas com Deficiência, não conseguem refletir criticamente sobre duas questões básicas, e que são totalmente distintas, mas o entendimento é necessário e urgente. Falo da Integração e Inclusão. Apesar de ambas serem modelos de inserção, são, essencialmente, distintas. Na Integração, a Pessoas com Deficiência tem que se adaptar ao sistema. Na Inclusão, o sistema é que deve se adaptar as Pessoas com Deficiência. Destaco esta diferença, pois nos parece que em nosso meio estão falando de Inclusão e praticando a velha Integração. Muitas Pessoas com Deficiência possuem habilidades adaptativas pessoais bastante evoluídas. Outros possuem poucas habilidades adaptativas, e outros tantos, habilidades adaptativas, por momento, inexistem. É nesta tríade de características envolventes, e na sua relação com o meio, que confundimos a Integração e a Inclusão. Pessoas com Deficiência com habilidades adaptativas apuradas não colocará tanto em choque suas necessidades com a falácia do meio. Passará despercebido. Poderemos pensar que, neste caso, a Inclusão está funcionando, mas na realidade, temos uma Pessoa com Deficiência Integrada hábil em suas características. Naqueles onde as habilidades adaptativas por momento inexistem a exclusão ocorrerá de forma imediata por inoperância, do ponto de vista adaptativo do meio para com a Pessoa com Deficiência. Partindo desta premissa podemos destacar que, na Integração, a Escola e o Sistema ocultam seu fracasso, isolando os alunos, e apenas Inclui aqueles que não se constituem um desafio a sua competência.
Como destacamos anteriormente, inclusão significa adaptar, e também envolvem a modificação de atitudes frente às diferenças existentes entre as pessoas. No caso de Pessoas com Deficiência, e esta relacionada à educação e escola, as adaptações podem ser simples, mas também em muitos casos bem mais complexas e atritantes no contexto escolar. Basicamente, existem dois tipos de adaptações: as Adaptações de Grande Porte ou Significativas e as Adaptações de Pequeno Porte. As primeiras são de responsabilidade mais dos gestores educacionais do que dos professores, por se tratarem de questões de ordem econômicas muitas vezes, que provem atitudes político-administrativas. Já as adaptações de pequeno porte são de responsabilidade dos professores diretamente envolvidos com as Pessoas com Deficiência. É importante conhecer os responsáveis pelas adaptações. Responsáveis que irão reconhecer a necessidade específica das Pessoas com Deficiência; reconhecer os responsáveis pelas adaptações operantes à necessidade específica; e os responsáveis pela aquisição e manutenção política-administrativo-financeira da adaptação. Cientes dessas questões podem-se em parte promover a inclusão satisfatória das Pessoas com Deficiência.
Alex Garcia Especialista em Educação Especial. Pessoa Surdocega. Presidente da Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocegos e Multideficientes – AGAPASM. Ministra palestras, cursos, seminários, conferências sobre Surdocegueira e Multideficiência em congressos Nacionais e Internacionais.
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