Texto de Simone Helen Drumond de Carvalho
A família é o fundamento básico e universal de todas as sociedades, e é a primeira instituição social na qual somos inseridos desde o nascimento. Segundo Lakatos (1990, p.169), “a família é encontrada em todos os agrupamentos humanos, embora variem as estruturas e o funcionamento”.
Com o crescimento da economia mundial, as novas tecnologias, os meios de comunicação de massa, a revolução industrial e a conquista da mulher pelo mercado de trabalho, o conceito de família nuclear tradicional mudou.
De acordo com Aranha (1996, p. 58) , “a família é uma instituição social sujeita a mudança que ocorre de acordo com as diferentes relações sociais vividas pelos homens” e ainda ressalta que: “A partir do capitalismo, a instalação das fábricas separa o local de trabalho do local de moradia, obrigando a mulher que precisa complementar o orçamento doméstico a se ausentar de casa”.
Quando nos referimos ao ambiente familiar, logo vem em nossa mente à família nuclear conjugal, tradicional composta por pai, mãe e filhos. No entanto, esse modelo mudou com o passar do tempo. São poucas as famílias que planejam um ambiente adequado de segurança e auto-aceitação da criança, pois hoje a grande maioria dos pais infelizmente com a necessidade de trabalhar cada vez mais, passa a maior parte do seu tempo fora de casa.
Algumas crianças nascem de pais separados, mães solteiras e o mais triste, pais presos, esquecendo que são eles que definem para a criança um papel determinado pela suas necessidades afetivas. Mas, precisamos levar em conta a complexidade da vida atual, pois antigamente a tarefa de criar filhos pelo menos aparentemente era simplificada pela existência de regras e tradições inquestionáveis, não podemos esquecer que a figura da mãe era muito importante e responsável por quase todas as ações cometidas pelos filhos.
Por causa da necessidade de trabalhar fora para aumentar à renda familiar, a mulher que antes era submissa e tinha como papel apenas de educar os filhos e cuidar da casa, hoje assume um papel igual ao do homem no que diz respeito a sustentar uma casa.
Devido a essas mudanças, agora pai e mãe estão fora de casa, deixando para depois ou quando tiverem tempo os problemas educacionais dos filhos. Sabemos que a família é responsável pela educação formal das crianças, e dela que os mesmos adquirem o conceito de valores que levaram pelo resto de suas vidas.
A família é responsável por transmitir afeto, amor, respeito, valores morais e éticos, religião, enfim é responsável por tudo o que irá ajudar ou atrapalhar essa criança no futuro.
Souza (1970, p. 69) ressalta que é na família que a personalidade da criança se delineia. Portanto, seu desenvolvimento emocional será construído através do reflexo das pessoas que convive com ela, um ambiente acolhedor é o mais indicado para se educar uma criança.
A criança passa os anos mais importantes para a sua formação na família. Giorge (1975, p. 27) ressalta que “é nela que a criança faz a primeira adaptação à vida social, independente do modelo como se apresenta”. Essa adaptação transmitirá para as crianças as primeiras experiências de solidariedade, proibições, rivalidades e é muitas vezes nela que a criança é modelada através de estímulos, educação, limites e aceitação de como ela deve ou não ser.
Muitas vezes os pais projetam a sua vida na vida de seus filhos, mas se omitem ao ouvir isso e dizem que evitam opinar sobre a turma de amigos, os estilos de roupa, do comportamento e principalmente a profissão do filho, que não importa a profissão, mas “que ele seja feliz”, mas, na verdade os pais com toda sua experiência de vida querem trilhar caminhos que supostamente trariam o bem estar e sucesso para eles, e para isso, muitas vezes, de uma forma invasora, invadem sua privacidade, obrigando a mudar tal comportamento e “podando” a sua liberdade. Muitas vezes, o melhor, o adequado e sensato no momento para os pais, não é o melhor, ou mais correto para seu filho.
Outros pais por não terem tido a oportunidade de estudar por morarem em lugares distantes das escolas ou por precisarem trabalhar cedo, não incentivam os filhos a almejar um futuro melhor, futuro esse que só é conquistado através de muito estudo e dedicação de ambas as partes.
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